arte, cultura e história antigas
são definidas e preservadas
pela tecnologia presente
Arte, cultura e história são elementos da nossa sociedade que, em primeira instância, podem instigar em nós um senso de tradição e “volta às origens” que pode ser facilmente associado também à exclusão dos meios tecnológicos destes mundos. Entretanto, uma mera volta ao passado não significa eliminar o fator “tecnologia” da vida dos nossos antepassados, ou dos palcos artísticos da atualidade.
O que se vê, de fato, é o exato oposto. A evolução tecnológica sempre teve um papel altamente relevante na evolução da história de sociedades mundo afora em todos seus elementos, incluindo aí as artes e nossa cultura. Sua influência pode ser tanto direta, por meio de invenções como as câmeras filmadoras, quanto indireta – caso das histórias escritas na Inglaterra durante a Revolução Industrial, entre os séculos XVIII e XIX.
Nossos museus servem assim não apenas para conservar nosso legado social por meio de antigos artefatos e artes que servem como retratos de épocas antiga. Ele também serve para demonstrar como as tecnologias antigas, desde as pedras, o bronze e o ferro usados como ferramentas na pré-história até a fibra ótica que conecta a Ásia às Américas em milissegundos através da internet, moldaram a maneira que vários povos veem aos outros, e a si mesmos.
A evolução tecnológica ajuda também na criação de novas ferramentas de conservação desse nosso legado. Por meio da digitalização de peças de museus, casas de cultura e outras instituições dedicadas a guardar nossa história, garante-se a permanência desses artefatos por anos a fio, além do acesso às mesmas por meio da internet em tours virtuais.
Preservação e acesso virtuais
Ainda na década passada, fazia-se necessário viajar até uma cidade como Londres ou Paris para se acessar os principais museus destas grandes cidades. Algo infelizmente fora da realidade financeira de boa parte do mundo, cujos recursos financeiros limitados não permitem que os mesmos tenham acesso físico a estes espaços tão recheados de arte, cultura e história.
Mas o jogo começa a virar a partir da digitalização de peças de arte, não só por fotos mas também por sistemas de “scan” que guardam os formatos e os detalhes mais minuciosos das obras e artefatos de museus espalhados pelo mundo. Uma vez que estes viraram um elemento de acesso público graças aos esforços de empresas como a Google, e também pela iniciativa própria de vários museus, hoje é possível acessar as galerias de várias casas a partir do conforto de sua casa.
Londres como cidade global recheada de arte, cultura e história, não ficaria fora dessas. Por meio de uma parceria entre a Google e o Museu Britânico, é possível ver seu vasto acervo físico por meio do Google Maps e também de um site feito exclusivamente para expor algumas das principais peças do museu alinhadas em uma linha do tempo interativa. A Galeria Courtauld, que encontra-se fechada desde 2018 para reformas, ainda podem ser acessadas por meio de uma ferramenta criada pela própria instituição. E a célebre Galeria Nacional, com suas centenas de pinturas, podem ser vistas no Google Street View e também em realidade virtual.
Entretenimento e negócios aproveitam as novas tecnologias
Fica claro que arte, cultura e história são alguns dos maiores beneficiários das tecnologias ao longo do nosso percurso societal, sendo influenciadas pela evolução tecnológica ao passar do tempo e também sendo registradas pelas inovações que criamos durante nossa passagem pelo planeta. Mas estes três não estão sozinhos quando a questão é aproveitar os louros que os avanços tecnológicos trazem à mesa.
Um dos grandes paradigmas atuais são as transmissões em tempo real, elemento que quem mais tem se aproveitado é o mundo do entretenimento. Os grandes exemplos vêm primariamente do mundo dos videogames, onde plataformas de streaming como a Twitch tem atraído milhões de pessoas dia após dia para assistir seus streamers. Na indústria de iGaming, a evolução tecnológica permite a conexão de pessoas do mundo todo em lugares como a Betway, site de cassino online, que oferece a oportunidade de jogar até 24 modalidades como baccarat, blackjack e roulette em tempo real. O meio artístico tem se aproveitado também, uma vez que as lives do YouTube viraram a grande febre entre artistas nacionais e internacionais nos últimos meses.
O mundo dos negócios também tem integrado a tecnologia das “lives” em seu cotidiano. O servido de vídeo conferências Zoom, que pode reunir milhares de pessoas em conferências feitas pela internet, tem sido um dos softwares mais utilizados por empresas de todos os portes nos últimos meses. Além disso, feiras virtuais dos mais diferentes ramos, incluindo aí a Expocine, dedicada ao mercado cinematográfico latino-americano, são uma “fatia” cada vez maior do mercado de feiras de negócio.
Novas tecnologias nos levarão além
Já conseguimos fazer coisas outrora inimagináveis para os arqueólogos e museólogos de décadas passadas, que lançavam mão das mais diferentes técnicas e ferramentas para estender o tempo de preservação de peças e artefatos que os mesmos coletavam mundo afora. Enquanto a tecnologia não substitui a relevância destas peças em sua forma física, ela ajuda a mantê-las vivas para as próximas gerações.
E a tecnologia continuará a evoluir, melhorando assim vários aspectos da preservação virtual da nossa arte, cultura e história, e também facilitando ainda mais o acesso aos espaços diversos que conservam estes artefatos. Para o primeiro, a evolução constante dos elementos fotográficos integrados aos smartphones que ganham cada vez mais pixels de resolução e qualidade de definição por meio de lentes que evoluem a cada ano que passa será um dos fatores mais relevantes.
Já para o segundo elemento destacado, evoluções no âmbito de conectividade digital serão a próxima barreira a ser cruzada e derrubada. O 5G já tem sido experimentando em cidades no Brasil como Rio de Janeiro e São Paulo por algumas companhias telefônicas. Se tais experiências derem certo, em breve teremos um sistema de conexão sem fios com velocidades e redução de latência muito melhores do que as conexões atuais via cabo Ethernet.
São as vantagens que as novas tecnologias nos trazem desde os tempos pré-históricos. As pedras usadas como ponta de lança são hoje parte dos microcomponentes que movem os sistemas mais complexos que já criamos. Tudo graças à criatividade humana.