memórias londrinas
e a cozinha performática
Marcos Moraes, bailarino, coreógrafo e o criador da Cozinha Performática.
Marcos viveu na capital londrina ainda na década de 80. De volta à cidade, no vídeo abaixo, ele relembra os tempos em que viveu no bairro de New Cross Gate, no sul de Londres. No mesmo vídeo, Marcos também fala sobre a ligação do projeto com a capital inglesa, os motivos da sua nova passagem pela Europa e, claro sobre a evolução da Cozinha Performática.

Marcos Moraes
O lugar escolhido para a conversa com Marcos Moraes tem muitos significados e simbolismos. É a volta a um lugar de onde ele guarda memórias de um tempo em que descobria o mundo. Embora Brixton seja o bairro londrino do coração, New Cross também foi importante como referência do tempo em Londres. Também é um lugar que ainda preserva algo da da cidade que, hoje, sé existe na memória.
O prédio onde ele viveu, a Hatcham House era um squat, ocupação, onde 20 pessoas formavam uma comunidade. Foi também o último endereço de Marcos antes de mudar-se para a Holanda, mais um país onde ele viveu, em uma lista que também conta com o Uruguai e temporada na Índia.
Atualmente, ele mora em São Paulo, mas está passando uma temporada na Europa. A viagem é foi possível graças ao apoio da Bolsa Funarte Residências Artísticas 2016. E tudo tem a ver com a nova etapa da Cozinha Performática.
Descubra mais:
Um projeto que promove encontros em torno da comida
O que é a Cozinha Performática?
Usando a definição encontrada no site do projeto, podemos dizer que A Cozinha Performática é uma “plataforma colaborativa de pesquisa e criação em dança e performance”. Por outro lado, são tantos os ingredientes que se juntam dentro desse caldeirão criativo, que é impossível defini-lo apenas com palavras.
Pode-se dizer que é esta é uma cozinha mutante, fruto do inconformismo e do impulso para experimentar dos seus cozinheiros. Começou com a insatisfação de Marcos em relação às fórmulas convencionais de coreografias para dança. A partir da cozinha onde trabalhou quando morava em New Cross, veio o “insight” da criação desse espaço de criação coletiva onde a comida, o pensamento, o corpo, a alma, se juntam em constante movimento.

Marcos Moraes
Neste momento, a cozinha está em fase de transição. É aí que entra a viagem do seu criador pela Europa. A bolsa que permitiu essa volta a Londres, inicialmente, previa Lisboa, Antuérpia e Londres, onde ele está fazendo pesquisas no LADA – Live Arts Development Agency. A convite do British Council, ele acabou indo ao Festival de Edimburgo, que não fazia parte da programação inicial dessa temporada europeia.
A essa altura você já percebeu o quanto Marcos Moraes, a cozinha performática e as memórias de Londres, neste retorno a New Cross Gate, enriqueceram o nosso vídeo acima. Todas as imagens de performances foram gentilmente cedidas por ele para que uma história tão rica e deliciosa, fosse contada da melhor maneira possível. Deguste-a.