dinastia tudor
5 monarcas, 100 anos no poder
Para se ter uma ideia da importância da Dinastia Tudor na história da Inglaterra, ela é formada por 5 monarcas da mesma família que reinaram por mais de 100 anos, entre 1485 e 1603: Henrique VII, Henrique VIII, Eduardo VI, Joana I Grey, Mary I e Elizabeth I.
A história dos Tudor, no entanto, começa bem antes, no século XII, com Ednyfed Fychan de Tregarnedd. Ele teve 12 filhos e o primeiro membro da família a receber o sobrenome foi o neto Tudor Hen. Mas o que levou a família ao poder?

Henrique VIII
Os Tudor e a Guerra dos 100 anos
O primeiro passo para entender a formação da Dinastia Tudor é voltar ao passado. Entre os anos de 1337 e 1453 a Inglaterra e a França se enfrentaram em diversas batalhas. O conjunto desses conflitos ficou conhecido como “A Guerra dos 100 Anos”.
Os ingleses dominavam partes do território da França, conhecidos como feudos, mas isso começou a mudar nos séculos XII e XIII, com a crescente recuperação do domínios franceses controlados pelos ingleses.
Por conta dos casamentos ocorridos entre membros das duas monarquias, houve grandes disputas pela sucessão do trono francês. A Inglaterra tentava dominar a França e interferir na sucessão do trono do país vizinho. Em 1453, os franceses reconquistaram Bordeaux, na Batalha de Castillon, e isso marcou o final da Guerra dos 100 anos.

Rosa dos Lancaster( vermelha) e rosa dos York (branca)
Guerra das Rosas – Nasce da Dinastia Tudor
A Guerra das Rosas, de certa forma, é consequência da Guerra dos 100 Anos. Ela aconteceu entre duas famílias, os York e Lancaster (ou Lencastre). Ambas eram originárias da Dinastia Plantageneta, descendentes de Edward III, e lutaram pelo trono da Inglaterra durante 3 décadas.
A origem do nome é uma referência aos emblemas das duas famílias: Rosa Vermelha, dos Lancaster; Rosa Branca, dos York. Depois de muitas idas e vindas, os Lancaster se impuseram. Com a intenção de criar as condições para reinar, o primeiro rei da Casa de Lancaster, Henrique VII, criou um novo símbolo: uma rosa que unia as duas cores. Começava o reinado da Dinastia Tudor.

Rosa dos Tudor
O primeiro Tudor no poder
Henrique VII chegou ao poder por vias um tanto quanto tortuosas, já que não era considerado um herdeiro natural. Ele era filho de Edmundo Tudor e Margarida Beaufort. Para justificar o direito de ser rei, ele usava o argumento de que era tataraneto de Edward III.
Acontece que o parentesco era pelo lado materno, o que tornava as suas pretensões ilegítimas. Como precisava de um argumento mais convincente, ele casou-se com Elizabeth of York, filha do penúltimo membro dos York a ocupar o trono da Inglaterra, Edward IV.

Rainha Elizabeth I
Os anos Tudor
Depois de tantas guerras, durante o período da Dinastia Tudor, a Inglaterra entrou em uma fase de relativa paz. Essa tranquilidade deu a Henrique VII a condição que ele precisava para se concentrar no crescimento da economia. A Inglaterra viveu um período de prosperidade. Quando passou a coroa para Henrique VIII, seu filho, havia uma excelente situação econômica.

Queen Mary I
Por outro lado, houve muita intriga e discórdia entre os Tudor, por conta dos 6 casamentos de Henrique VIII. Havia um braço protestante, representado pela filha Elizabeth, e outro católico, liderado pela outra filha, Mary. A origem está na separação da Igreja Católica e a consequente fundação da Igreja Anglicana.
O outro motivo é que o único filho homem de Henrique VIII, fruto do terceiro casamento, morreu muito jovem, logo depois de tornar-se rei. Como isso, 3 mulheres disputaram e assumiram, sucessivamente, o posto de monarca: Joana I Grey, Mary I e Elizabeth I.
Das 3, só Elizabeth I teve um longo reinado, com grandes realizações: ela derrotou a Invencível Armada, da Espanha, anexou a Escócia e expandiu o Império Britânico. O país também passou por uma fase de renovação nas artes, na literatura e no teatro.

Palácio de Hampton Court – Arquitetura Tudor
Legado da Dinastia Tudor
Com mais de 100 anos no poder, a Dinastia Tudor deixou um vasto legado para a história da Inglaterra e do Reino Unido. Estas marcas podem ser vistas no plano político, religioso, na arquitetura e nas artes.
Na política
No plano político, dois grandes legados da Dinastia Tudor tiveram consequências permanentes na história da Inglaterra e do Reino Unido : a expansão do poderio e influência do Império Britânico e a definitiva incorporação do Reino da Escócia, que, até o período elisabetano, era um constante aliado da França.

Casa típica da Arquitetura Tudor, em Stratford-upon-Avon
Na arquitetura
Os Tudor criaram um estilo arquitetônico que pode ser apreciado até hoje. O principal responsável pela arquitetura Tudor foi Henrique VIII, o monarca que mais construiu e adquiriu casas, palácios e castelos na história do país. O Palácio de Hampton Court e as casas típicas de Stratford-upon-Avon, a cidade onde William Shakespeare nasceu, são grandes exemplos do estilo Tudor na arquitetura.
Na religião
Na religião talvez esteja o mais importante dos legados da Dinastia Tudor: o surgimento da Igreja Anglicana. É um acontecimento que gerou intrigas, disputas, guerras civis e mudou definitivamente a face da Inglaterra.
Ela teve origem no descontentamento de Henrique VIII, por não ter recebido a autorização do Papa para separar-se da primeira esposa e casar com Ana Bolena. A solução que ele encontrou foi abandonar o catolicismo e criar a Igreja Anglicana, a Church of England, em inglês, que, até os dias de hoje, tem o monarca como líder formal.

William Shakespeare
Nas artes e literatura
Durante o reinado de Elizabeth I a Europa viveu a fase do renascimento nas artes, na literatura e no teatro. O grande expoente dessa fase na Inglaterra é o William Shakespeare, considerado o maior nome da cultura inglesa de todos os tempos. Um legado e tanto, não é mesmo?
Excelente conteúdo, parabéns. Me ajudou muito.