dramas pessoais e políticos
performance e villa lobos – dia 59
Véspera de completar dois meses redondos, o Dia 39 vem com dramas pessoais, o quadro político no Brasil e na Inglaterra, mas também música e performance artística. Temos também a natureza ajudando a manter as energias e o pensamento positivo para se superar ‘Um dia de Cada Vez‘.
Eu, Silvino Ferreira Jr., abri o dia diretamente do meu pequeno home office, no flat onde moro com Susan Ferreira. Acordei cedo, como, em geral, tem acontecido durante essa quarentena, terminei o texto do vídeo 58, enviei o vídeo para Alexandre Alencar, para a aprovação a quatro mãos, como acontece normalmente. Enquanto esperava a resposta dele, fui fazer uma caminhada.
Silvino Ferreira Jr
Na casa da família Alencar, quem deu as cartas foi Mônica Feijó, única membro da família a aparecer neste dia 59. Mônica começou o dia cedo, fez alguns trabalhos, ajudou a arrumar a casa e foi para a parte externa do prédio tomar um banho de sol, na companhia de Vitamina, a cachorrinha da família. Aproveitou também para momentos de reflexão.
Mônica Feijó
De Recife para Londrina, encontramos Renata Sucupira às voltas com um drama pessoal: a relação dela com os pais, impacientes com a rotina de isolamento social. Durante o fina de semana, o clima tenso aumentou a ansiedade dela em relação a própria situação. A incerteza quanto à data de volta para São Paulo, cidade onde mora, não ajuda em nada. Muito pelo contrário.
Renata Sucupira
De volta a Recife, vamos direto à rede onde Amaro Filho também demostrava-se preocupado. Menos com as próprias perspectivas, mas com o quadro de devastação social ampliado pelo Covid-19. Enquanto a classe média, assim como as famílias mais privilegiadas financeiramente, têm condições de lidar com a crise, o mesmo não acontece nas periferias das grandes cidades.
Muito menos nas pequenas cidades do interior. O desolamento é ainda maior pela ausência do poder público federal, na hora que a população mais precisa dele.
Amaro Filho
Em Londres, a minha preocupação era com as notícias que comecei a ler no jornal assim que voltei do meu passeio. Com a flexibilização da quarentena, muita gente passou a se comportar como se não houvesse mais a ameaça de contrair o vídeo. Mais e mais aglomerações podem ser vistas nas estações de metrô, no interior dos vagões, nos parques. Sinais de que o governo está priorizando a abertura da economia em detrimento da segurança e saúde da população.
Mônica também aproveitou para mostrar uma performance que ela preparou como parte de uma tarefa do ‘Palavra que move’, grupo que já dançou com ela no passado e do qual participa. A ideia é usar uma palavra, neste caso ‘intimidade’ e fazer uma performance corporal no banheiro. Funciona também como uma espécie de terapia e interação com o próprio corpo, que ajuda neste momento de pandemia.
Mônica Feijó
Renata, mais uma vez, escolheu um compositor para ouvir durante o dia. Dessa vez, o escolhido foi o brasileiro Villa-Lobos. Considerado o maior e mais importante compositor erudito na história do Brasil e da América Latina, Villa Lobos tem um vasto repertório musical, era um estudioso e foi um dos responsáveis pela introdução do modernismo em nossa música.
No mais, uma boa notícia, considerando-se as circunstâncias: a polícia londrina, segundo os jornais, já tinha um suspeito do crime cometido em março, na estação de Victoria, que eu mencionei aqui em um vídeo recente.
Só para recordar, um homem, contaminado como Covid-19, cuspiu numa funcionária da estação que trabalhava com atendimento ao público. Ela contraiu o coronavírus e morreu neste mês de maio. Tomara que a família dela tenha pelo menos o consolo de que quem cometeu este crime bárbaro será devidamente punido.
No mais, temos Mônica e Renata em contato com a natureza, através das plantas. No final, para manter a forma, Renata pula corda ao som de Villa Lobos.