guerra das rosas
york contra lancaster
A Guerra das Rosas envolveu duas famílias em disputa pelo poder monárquico na Inglaterra, entre 1455 e 1485. O nome da série de batalhas dessa guerra civil é uma referência à rosa branca, emblema dos York, e à rosa vermelha, dos Lancaster. As duas famílias nobres se consideravam legítimas herdeiras do trono de Henrique VI, um rei fragilizado e sem apoio da nobreza.

Rosa dos York
Guerra das Rosas – 30 anos de guerra civil
Embora a Guerra das Rosas tenha tido início durante o reinado de Henrique VI, ela foi uma das consequências da Guerra dos 100 anos, travada entre a Inglaterra e a França., entre 1337 e 1453. O país saiu desse longo conflito com a economia enfraquecida e, consequentemente, com muitos problemas sociais. Henrique VI assumiu o trono antes da maioridade e também era tido como um rei fragilizado por problemas mentais.
Havia um Conselho Real que exercia o poder de fato, e que sofria pressão das duas poderosas famílias da nobreza: os York e os Lancaster. Vale lembrar que o conflito foi além do reinado de Henrique VI, cobrindo também os reinados de Eduardo IV e Ricardo III. Não foi uma guerra contínua, teve pausas e retomadas.

Rosa dos Lancaster
Nasce um herdeiro, começa uma guerra
O fato que precipitou a Guerra das Rosas foi o nascimento de um príncipe herdeiro. Até então, Ricardo de Iorque achava que só precisaria esperar pela morte do rei para assumir o trono. Com a chegada de um herdeiro natural, ele tentou uma cartada decisiva: enfraquecer a presença dos Lancaster no Conselho Real, substituindo um dos seus membros.
Como aliado, ele contou com Ricardo Neville, Barão de Warwick, o mais influente de um grupo que formava a Liga dos Barões e personagem importante na história desse conflito.

Henrique VI
St Albans – a primeira grande batalha
Com a negativa do rei de substituir um Lancaster no Conselho Real, ele organizou um ataque a Londres. Foi interceptado em St Albans, norte de Londres e sudoeste da Inglaterra, em 1455. Por isso, o primeiro enfrentamento entre as duas famílias entrou para a história como a Batalha de St Albans.
Com uma tropa 3 vezes maior que a do rei, Ricardo de Iorque saiu-se vencedor. Foram mais de 300 mortes. Ele, no entanto, sofreria um revés 4 anos mais tarde: foi derrotado em Ludford Bridge, fugiu e se refugiou na Irlanda. Mas ainda não se daria por vencido.
Em 1460, acontece outra batalha, desta vez em Northampton, com vitória das tropas de Ricardo sobre os Lancaster. Com isso, ele reinvidica o trono para si. Ainda em 1460, Henrique VI foi aprisionado pelas tropas do aliado dos Iorque, o Barão de Warwick. O ataque foi organizado a partir da França. Eduardo de Iorque foi coroado, mas o seu reinado foi efêmero: foi assassinado, na Batalha de Wakefield, naquele mesmo ano, quando tentava eliminar os últimos aliados de Henrique VI que resistiam.

Eduardo IV
O primeiro rei da família Iorque – Eduardo IV
Rei morto, rei posto: o filho de Eduardo de Iorque, que também se chamava Eduardo, vinga o pai, no ano seguinte, ao avançar sobre Londres, onde foi proclamado rei, como Eduardo IV. Era, oficialmente, o primeiro rei da família York. Ele ainda derrotaria Henrique VI mais uma vez, obrigando-o a fugir da Inglaterra. Isso, porém, não significava o fim da guerra. Os Lancaster e o rei deposto continuaram resistindo a partir do exílio.
No poder, os York não conseguiram ficar unidos durante muito tempo. Eduardo IV foi obrigado a usar a força para se impor e também se desentendeu com o homem forte da corte, o Barão de Warwick. Em 1467 eles romperam. Outro problema foi a briga entre o rei e o seu irmão, George Plantageneta, o Duque de Clarence, que acabou se juntando a Warwick. Na Batalha de Edgecote, Warwick impôs mais uma derrota ao ri e decretou a sua prisão. Mas nem tudo eram flores.
Os planos de Warwick falharam e ele teve que fugir para a França. Lá, reencontrou a esposa de Henrique VI, com quem fez as pazes. Por incrível que pareça, ele voltaria a ser um aliado do rei que ajudara a derrubar. Em 1470, Warwick voltou à Inglaterra e derrubou Eduardo IV, que fugiu para os Países Baixos. Com isso, estava aberto o caminho para a volta de Henrique VI ao poder. Quem diria?

Eduardo V e o irmão, Ricardo de Shrewsbury, Duque de Iorque
Reviravoltas e o mistério dos 2 príncipes irmãos
Mas, da mesma forma que o Barão de Warwick voltou a ser um aliado de Henrique VI, Eduardo voltou a contar com o apoio do irmão, o Duque de Clarence. Em 1471, ele derrotou as tropas de Henrique VI, na Batalha de Barnet. Este conflito marcou a morte do Barão de Warwick.
A volta de Eduardo ao poder foi devastadora para os Lancaster, que foram perseguidos e massacrados. Henrique VI foi aprisionado na Torre de Londres e, em seguida, executado, junto com o filho. A Guerra das Rosas parecia se encaminhar para o fim, com a vitória dos York. Mas não foi bem assim.
Com a morte de Eduardo IV, em 1483, o sucessor natural seria o jovem príncipe Eduardo, mas o tio dele, Ricardo, o Duque de Gloucester, tinha outros planos. Até hoje, é um mistério, mas o príncipe herdeiro, junto com o seu irmão, foram aprisionados na Torre de Londres.
Em 1674, dois esqueletos de crianças foram encontrados na Torre Branca, que faz parte do complexo da Torre de Londres. Acredita-se que eram os restos dos dois irmãos. A causa da morte nunca foi descoberta, embora seja atribuída ao tio, que assumiu o trono sob o título de Ricardo III.

Ricardo III
Fim da guerra das duas rosas – nasce a Dinastia Tudor
Neste cenário, surge um novo pretendente ao trono. Seu nome era Henrique Tudor. Ainda adolescente, ele havia se refugiado na França. Com um exército de 5 mil homens, derrotou as tropas de Eduardo III, que contava com o dobro de soldados, na Batalha Bosworth Field. Nesta batalha, o rei foi morto e, com o apoio dos Lancaster, Henrique VII, assumiu o poder.

Rosa dos Tudor
A ascensão de Henrique VII ao poder significa o ponto final da Guerra das Rosas. O apoio dos Lancaster pode passar a ideia de que a família da rosa vermelha foi a vencedora, mas isso é verdade até certo ponto. Como rei, Henrique VII assumiu uma postura mais conciliadora.
Afinal, o país estava exausto depois de 30 anos de guerras civis. Ele inaugurou a era da Dinastia Tudor e também adotou uma rosa como emblema. As cores vermelha e branca da Rosa dos Tudor significa a união entre as cores dos York e a dos Lancaster. Os Tudor ocuparam o poder durante os próximos 100 anos.