henrique goldman
jean charles de menezes
Henrique Goldman já vivia em Londres quando aconteceu a morte de Jean Charles de Menezes. Morte que ainda repercute. É como uma ferida que não cicatriza. Talvez pelo inusitado da situação. Não é novidade para um brasileiro ouvir que alguém foi morto pela polícia brasileira, mas não é todo dia que isto acontece na Inglaterra, que tem uma das mais elogiadas polícias do mundo.
Mais surpresa ainda é saber o motivo da morte, porque é raro que um brasileiro esteja envolvido em ações de terrorismo internacional. Basicamente, foi este fato que chamou a atenção de Henrique Goldman. Chocado com a revelação, ele decidiu que iria contar essa história da forma que mais sabe: transformando a tragédia em filme.
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A identificação com a tragédia
Henrique, então, se envolveu com o drama da família de Jean Charles desde o início. Na compreensão do significado que a morte de Jean Charles significa, principalmente para a sua família, contou o fato de Henrique também ser um imigrante, que já vive há muito tempo fora do Brasil. Antes de morar em Londres, ele viveu em Roma e em Nova Iorque.
Cinco anos depois da morte de Jean Charles, Henrique Goldman conseguiu levar para as telas brasileiras muito mais que a história de Jean: transformou um drama familiar, num roteiro com o qual mais de 3 milhões de brasileiros, que vivem como imigrantes, de alguma forma, se identificam.
Para fazer este filme Henrique também envolveu a comunidade brasileira, com Marcelo Madureiro, um goiano que ele foi buscar trabalhando num açougue, em Londres, para atuar ao lado de atores consagrados como Selton Melo, por exemplo. Pouco antes da estreia de “Jean Charles” em Londres, a gente conversou com Henrique Goldman na Portobello Road, próximo ao estúdio onde ele trabalha. Veja quem é Henrique Goldman, e o que ele tem a dizer, no vídeo acima