Inglaterra
porto seguro para
futebolistas brasileiros
O futebol surgiu na Inglaterra para, poucas décadas depois, tomar o mundo por meio de corajosos ingleses que levaram bolas de couro a terrenos vazios e reuniram aglomerados de onze contra onze para disputar partidas do esporte. Desde então, muitos acontecimentos no âmbito futebolístico foram testemunha de revoluções que levaram a melhorias tanto em qualidade quanto em dimensão.
Hoje, o futebol é praticado por 265 milhões de pessoas. As audiências chegam já à casa do bilhão em eventos como a Copa do Mundo, que tomou o lugar das antigas “feiras mundiais” para se tornar vitrine de países como o Brasil, em 2014, e a Rússia, em 2018. E toda semana, outros milhões de pessoas se dedicam a acompanhar seus times em campeonatos regionais e continentais, com a Europa se destacando ao atrair as atenções de fãs do mundo todo.
A Inglaterra é um destaque nesse âmbito também, uma vez que é ali que se disputa a Premier League. Hoje, esse é o torneio de ligas mais rico do mundo, com 2,45 bilhões de libras esterlinas – ou 13 bilhões de reais – distribuídos entre os 20 times que disputam o campeonato somente em direitos de televisão. Incluindo receitas com marketing e arrecadação de bilheterias, a receita dos clubes chega à marca de 4,8 bilhões de libras.
Essas enormes cifras são investidas em atletas de todas as partes do mundo, gerando assim elencos multiculturais. O mais notável, entretanto, é que a Inglaterra é um espaço não muito explorado por jogadores brasileiros, indo contra a tendência de países como Portugal, Espanha e Itália.
Essas fronteiras, no entanto, têm sido desbravadas e derrubadas por alguns brasileiros que têm escolhido inclusive “queimar etapas” para rumar à Inglaterra o mais rápido possível. E, com isso, a brasilidade se mostra cada vez mais presente nas ruas e nos campos de futebol ingleses.
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Pioneiros
Como é comumente o caso na história, iniciativas de exploração precisam de pioneiros para explorar novos terrenos. Assim foi com o primeiro “navegante” brasileiro na Inglaterra, o atleta Mirandinha, que rumou para o norte do país ao se juntar ao Newcastle em 1987.
Ainda que sua aventura tenha durado apenas duas temporadas, seu pioneirismo foi em grande parte um dos motivos para que fosse aberto mais espaço para jogadores do Brasil e do resto do mundo no país cujo mercado ainda se encontrava muito fechado à época. Foi nessa linha que o Middlesbrough acabou se tornando um “porto seguro” para os brasileiros na metade da década de 1990, contratando Juninho Paulista, Branco e Emerson entre 1995 e 1996.
Dos três, Juninho foi o que mais deu certo, se tornando ícone do clube inglês e ganhando os títulos de melhor jogador do clube e da Premier League durante a temporada 1996-97. Seu sucesso foi o empurrão definitivo para que os brasileiros começassem a ver a Inglaterra como destino viável para as suas carreiras.
Hoje, a região é casa de 17 jogadores brasileiros, um número até baixo em comparação à Itália, onde 29 brasileiros atuam. Entre os brasileiros no país, destacam-se nomes como David Luiz e Willian, que foram colegas de clube no clube londrino Chelsea por três anos. A parceria entre os dois se estendeu para além do campo e bola, se transformando em um restaurante italiano localizado em Mayfair, um dos bairros mais nobres de Londres, que virou point para futebolistas. E, mesmo com David Luiz partindo para o Arsenal – um dos maiores rivais do Chelsea –, a parceria se mantém firme e forte.
Um rumo natural
Apesar da “demora” da chegada dos jogadores brasileiros ao país, a tendência poderia ser até mesmo antevista ao se considerar a importância da Inglaterra no âmbito do futebol e da cultura mundial em si. Ainda que o país não conte mais com o seu papel de superpotência, sua influência no âmbito cultural continua bem forte.
Exemplos fortes dessa influência existem em vários campos da cultura pop, demonstrando como a história desse país está arraigada ao nosso inconsciente coletivo. Em termos de indústria cultural, podemos verificar essa influência tanto na série de videogames Dishonored quanto no jogo A Dark Matter, que está disponível no site da Betway cassino online, já que ambas as produções buscam seus referenciais no período vitoriano. Também podemos atestar essa influência mencionando produções como o filme Um lugar chamado Notting Hill, que se passa no bairro de Notting Hill, em Londres, e a série de livros de Sherlock Holmes, que nos leva a diversos lugares da capital inglesa nas investigações do famoso detetive.
O futebol também encontra marcos notáveis nesse sentido. Entre os mais importantes locais do setor, está o estádio de Wembley, localizado em Londres, onde a Inglaterra foi campeã da Copa do Mundo em 1966 e onde costumam ser realizados shows. Além disso, também na capital inglesa, encontram-se vários dos grandes times do país, como o Chelsea – que leva o nome do bairro londrino para as televisões do mundo todo, semana após semana.
O futuro pertence aos atletas brasileiros
Como acontece em muitos meios de negócio, o futebol vive de fases com diferentes tendências. Esse foi o caso da chegada dos atletas brasileiros à Inglaterra, que inicialmente entravam pelo país por meio de clubes de menor porte.
Já a partir dos anos 2000, a coisa mudou. Os jogadores brasileiros que chegam ao país são já atletas que se firmaram em experiências anteriores, muitas vezes em outros países europeus. O espaço para experimentações torna-se curto face à necessidade de se manter competindo em alto nível de forma constante no campo. Entretanto, vê-se hoje muito mais abertura para a chegada de jogadores aos campos ingleses em times de todo tipo de porte. E alguns deles – caso de Richarlison, Douglas Luiz e Gabriel Jesus – nem precisam mais “se provar” na Europa para chegar à Premier League.
Com isso, forma-se a tendência de um futuro em potencial, em que o “pipeline” entre futebol brasileiro e inglês se torna cada vez mais aberto. Assim, a jornada de um jogador como Gabriel Martinelli – que saiu da Série C do Brasil, rumo ao primeiro nível da Inglaterra, com o Arsenal – não será mais uma surpresa.