intercâmbio de estudantes
estrangeiros cresce
mais de 60% no Brasil
O intercâmbio de estudantes estrangeiros que foram ao Brasil teve alta de mais de 60% nos últimos 11 anos – subindo para cerca de 108 mil em 2014, de acordo com dados do Ministério do Turismo. A série “Intercâmbio” vai mostrar hoje por que o país entrou na rota de jovens e a importância do segmento para o Turismo.

Estudantes na Trilha Costa da Lagoa/SC. (Foto: The Language Club)
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Com o planeta cada vez mais conectado, estudantes de todo o mundo começam a se aventurar em uma experiência de intercâmbio em outros países, para além da fronteira da língua inglesa e destinos tradicionais como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Austrália. Movidos pelo desejo de enriquecer o currículo e – sobretudo – de conhecer culturas diferentes, estudantes de 18 a 32 anos estão expandindo. E estão redescobrindo o Brasil.
“A troca de experiências também enriquece a formação
de quem convive com esses estrangeiros no Brasil”
Segundo o Ministério do Turismo, apenas no ano passado, cerca de 110 mil estudantes estrangeiros escolheram o país para uma experiência internacional. O número recorde aquece o mercado de educação internacional e do turismo no Brasil, mas a balança, no entanto, ainda é desigual, se compararmos aos números de brasileiros que saem do país para estudar fora – mais de 230 mil brasileiros estudaram fora em 2014.
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Para o ministro do Turismo, Henrique Alves, “o intercâmbio é uma nova força para o mercado turístico brasileiro, promove a cultura de paz e divulga nosso país lá fora, já que os turistas desse segmento em geral disseminam as experiências no exterior”, disse. “Com a Copa do Mundo e a proximidade dos Jogos Olímpicos, o Brasil ficou em evidência – e cresceu ainda mais o interesse dos jovens pelo país”, disse.
Estudo e trabalho
Mas quem são esses estudantes gringos? São jovens interessados em cursos de graduação e estágios remunerados, em experiências como voluntário e no aprendizado do português, segundo a Associação Brasileira de Intercâmbio Profissional e Estudantil (Abipe) e a Belta. Eles vêm de países como Estados Unidos e Alemanha e permanecem no Brasil de três meses a um ano. Parte deles fica em hotéis e albergues, quando a estadia é curta, outros ficam em casas de família. Como não poderia deixar de ser, aproveitam a passagem para conhecer o país.
Para além do “país tropical”
Outra vantagem do intercâmbio no país é que – ao contrário da hostilidade de países como Irlanda e Reino Unido que estão pressionando estudantes não-europeus para irem embora assim que o curso acabar -, os estudantes gringos acabam prolongando a permanência no Brasil para fazer turismo.
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Com o Brasil em evidencia internacional, devido à realização da Copa do Mundo 2014 e a proximidade das Olimpíadas 2016, somente no ano passado, estima-se que o Brasil tenha recebido 6 milhões de estrangeiros, um recorde da série histórica.
Descobrindo o Brasil
Em entrevista ao portal do Turismo, a estudante finlandesa Ida Catarina Hedmam, de 24 anos, que atualmente faz estágio em Curitiba, já tem planos para o fim do curso: visitar as Cataratas do Iguaçu e a Floresta Amazônica. No tempo livre, foi conhecer a Catedral de Curitiba e o Museu Oscar Niemeyer.
Outra vantagem, é que a estadia no país revela aos estrangeiros um novo Brasil – e amplia o conceito limitado de paraíso tropical. A boliviana Ana Belén, de 20 anos, afirma que tão importante quanto o curso de Administração é compreender a identidade do povo brasileiro. Ela desembarcou no Brasil com a irmã gêmea para estudar no sul do país. “As pessoas são muito prestativas e a música é muito alegre. Desde pequena, sempre sonhei em assistir o Carnaval no Rio de Janeiro”, disse.