luciano vidigal
cultura brasileira
em oxford
Luciano Vidigal, diretor, ator e professor de teatro, foi um dos convidados da Semana da Cultura Brasileira em Oxford, esteve apresentou o cinema brasileiro sob uma nova perspectiva, um novo olhar: o olhar da favela.
A partir dos projetos Nós do Morro e 5 X Favelas, ele chama a atenção para este trabalho que tem sido desenvolvido no Vidigal, de onde ele vem, e que tem revelado talentos que, de outra forma, estariam perdidos.

Luciano vidigal
Luciano Vidigal – voz do morro em Oxford
O 5 X Favela é um projeto iniciado na década de 60 pelo cineasta Cacá Diegues e que transformou-se no 5 X Favela – Agora por nós mesmos. Já o Grupo Nós do Morro, criado há 26 anos para promover o acesso dos moradores do Vidigal e Baixada Fluminense à produção cultural, assim como formar profissionais de teatro e cinema para o mercado de trabalho. Luciano foi um dos diretores escolhidos por Cacá Diegues para dirigir Concerto para violino, um dos cinco filmes do 5 X Favelas – Agora por nós mesmo.
Como ele mesmo destaca, o filme representou um divisor de águas na sua carreira, introduzindo-o no universo da indústria cinematográfica. Mas a nossa conversa foi além: Luciano fala do seu primeiro curta, Neguinho e Kika, aborda o combate à imagem estereotipada vendida pela mídia, sempre associando a favela à violência, e do seu papel pessoal na luta para desmistificar essa visão.

Luciano Vidigal
Ele também conversa sobre os motivos que inspiraram a produção do seu primeiro longa, o Copa Vidigal, resultado de um trabalho de 3 anos, registrando o torneio de futebol promovido depois de uma guerra entre traficantes da Rocinha e do Vidigal, com o objetivo de celebrar a paz e trazer entretenimento para os moradores. Como você vai perceber, em mais um dos vídeos do Canal Londres, Luciano é um artista inquieto e dinâmico, sempre envolvido com novos projetos.
Em nossa entrevista, ele cita o documentário que está produzindo, junto com o cineasta Cavi Borges, sobre os 10 anos do filme Cidade de Deus, um trabalho que vai revelar os diferentes destinos dos atores que trabalharam no filme. Outro projeto é o documentário Tempo Tempo Tempestade, baseado na peça Tempestade, de Shakespeare, que ele está dirigindo em parceria com Adriana Rouanet.
Este é um vídeo que, genuinamente, representa o sentido da arte, uma vez que, do início ao fim, mostra como ela é um poderoso instrumento de comunicação, um meio que não conhece barreiras e preconceitos, independente de idade, sexo, nacionalidade, origem étnica ou social.