montanha russa de mais um dia – 67
Uma coisa que a gente nestes tempos de pandemia é que viver Um Dia de Cada Vez é feito um passeio constante por uma montanha russa: um constante sobe-e-desce. Uma hora você está eufórico, no minuto seguinte está deprê, uma hora a sensibilidade à flor da pele, momentos depois, indiferente a tudo que te cerca.
Depois de um feriado em São Paulo, a terça-feira, data em que caiu o nosso dia 67, foi de trabalho normal para Renata Sucupira. O que a gente chama de ‘trabalho normal’ é a rotina que ela criou desde que foi passar a quarentena na casa dos pais, em Londrina. De lá, ela tem trabalhado, através de encontros virtuais e outras formas de comunicação, com os colegas de escritório em São Paulo. O dia amanheceu frio em Londrina.

Renata Sucupira
Amaro Filho também teve um dia de trabalho. Envolvido com organização de ‘lives’ algo que se tornou muito popular nestes dias de coronavírus, ele passou o dia organizando uma live para o site Tocando Pífano. Trata-se de uma série de apresentações que começa com o multi-instrumentista Carlos Malta.

Amaro Filho
No sobe e desce de cada dia, Mônica Feijó tem passado pela experiência de lutar para não se deixar abater pelo desânimo. Não é tarefa fácil porque a situação política do Brasil não ajuda. Como se não bastasse o vírus, há também um país desgovernado, que já é o epicentro de contaminação mundial do coronavírus.

Mônica Feijó
Por outro lado, felizmente, ela tem tido uma demanda de trabalho, especialmente como locutora, que a mantém ativa durante essa quarentena. O lado cantora, no entanto, não está esquecido: embora ela não curta fazer ‘lives’, tem tentado dar um impulso à presença dela no Youtube. E tem a família ao lado que conta muito, não é mesmo? Além do carinho, conta até com o feijão especial preparado por Alexandre Alencar.

Mônica Feijó e Maria Porto
Em Londres, eu, Silvino Ferreira Jr., comecei o dia tentando organizar o meu ambiente de trabalho, o lugar onde eu passo grande parte do meu dia. A ideia é passar mais tempo usando a cadeira que eu uso na hora de editar, porque ajuda na postura. Assim, eu trouxe o meu laptop para mais perto do computador onde eu edito.

Silvino Ferreira Jr
Nessa linha do caos, Renata Sucupira lembra que são, na verdade, três vertentes de um apocalipse: a crise econômica, a crise política e a crise na saúde. Como se não bastasse o vírus em si, o Sistema de Saúde no Brasil ainda tem que lutar contra uma palavra tão comum ao nosso vocabulário político: a corrupção. É o que se está vendo, por exemplo, com operações da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Bem, para não ficar o dia inteiro sentado, eu tento fazer uma caminhada diária. Pode ser de trinta minutos, pode ser de uma hora, não importa. O que vale mesmo é manter a constância e, durante essa quarentena são poucos os dias que não fiz isso. Em geral, se eu não saio é porque o tempo não ajudou.

Silvino Ferreira Jr
No período mais crítico da pandemia, também evitei sair naqueles dias em que percebia que havia muita gente na rua. Não houve na Inglaterra, em momento algum, um ‘lockdown’ radical. Sair uma vez por dia estava permitido desde o início, desde que fosse para fazer exercício físico ou compras essenciais.
Enquanto não pode curtir a vida fora de casa, Renata Sucupira aproveita para dedicar parte do tempo às boas lembranças. Dessa vez, a foto de um cavalo, a levou de volta à infância, quando costumava cavalgar. Mais tarde, ela participaria das discussões que acontecem toda terça-feira, em torno da literatura.