nadia kerecuk
caminhada filosófica
Nadia Kerecuk já é nossa conhecida de outros vídeos no Canal Londres. Tradutora e interprete da Embaixada do Brasil na capital inglesa, ela é a idealizadora do Brazilian Bilingual Book Club. Também gravamos um vídeo com Nadia no belo St James Park, onde ela revela outra paixão: plantas e jardinagem.
Agora chegou a hora de conhecer um pouco a biografia de Nadia Kerecuk, assim como outra das suas paixões: a linguagem sob um prisma filosófico. O mesmo St James Park é o cenário para uma caminhada de reflexões em torno da vida e da linguística.

Nadia Kerecuk
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Nadia Kerecuk – a longa viagem pelo mundo da linguagem
Nadia nasceu na Ucrânia. Os pais foram prisioneiros e submetidos a trabalhos forçados no período nazista, na Alemanha. Quando ganharam a sonhada liberdade, eles tiveram apenas 10 dias de aulas de português, antes do embarque para o Brasil. No país, foram residir em Curitiba. Foi lá que, aos 6 anos, Nadia começou a frequentar a escola.
Aos 10 anos, Nadia começou a estudar línguas estrangeiras. Ela começou a ensinar inglês, assim como fazer comparações entre o português com o ucraniano e outras línguas, nasceu o interesse por gramática e pensamento gramatical. Ali, ela começava a pavimentar o caminho para a Inglaterra, onde mora há mais de 30 anos. Nadia veio fazer o doutorado sobre pensamento gramatical, do século XIV aos dias de hoje.

Nadia Kerecuk
A gente se acostuma a usar a língua em nosso cotidiano, mas raramente dedica algum tempo para pensar como a gramática é formada. E como a filosofia participa na formação do pensamento gramatical. É essa viagem no tempo que Nadia faz nas pesquisas que realiza. Essa viagem no tempo leva a milénios atrás, quando essa base começa a ser formada.
Foi através do estudo da língua e da gramática, que Nadia descobriu a fascinante relação que elas têm com a história das ideias. Essa evolução das ideias no tempo é que a tornam cada vez mais complexas e significativas. É como os conceitos, por exemplo, assimilam novos significados ao longo da história. Em nossa caminhada filosófica, Nadia cita o exemplo dos conceitos de “masculino”e feminino, para mostrar como isso acontece.
Mas a grande riqueza em tudo isso é perceber como as ideias permitem todas as áreas do conhecimento. Na verdade, elas são a base do conhecimento. Isso é fácil de perceber no campo da ciência. Quando você usa o seu celular, hoje, talvez nem imagine que o conceito que levou ao desenvolvimento dessa comodidade, precisou evoluir séculos até se materializar.
Ao acompanhar Nadia neste passeio pelo fascinante mundo do pensamento gramatical, você vai chegar ao final da caminhada com uma gostosa sensação: a de que ficou um pouco mais fácil entender o mundo das palavras que fazem parte do seu dia-a-dia. E mais: das ideias que determinaram o que somos como pessoas e como sociedade.
Para as mulheres, em especial, ela deixa um belo exemplo de participação feminina no mundo da ciência, a partir da evolução de um conceito, que deu origem aos computadores. Isso, a gente deixa para você descobrir no vídeo acima.