viagem ao norte da itália
os lagos orta e maggiore
Mais que uma viagem ao norte da Itália, foi uma viagem ao mundo do silêncio, da calma, da paz. Era início de 2009, o Canal Londres sequer havia sido lançado, quando fui passar uma semana na Itália. Foi uma viagem que incluiu lugares como Milão, Veneza, Murano e Sacro Monte di Varallo.
Foi uma viagem mais que especial, mas um daqueles dias ficou tão marcado que nem preciso recorrer à fotos para relembrá-lo: o dia em que fui levado para conhecer dois lagos no norte da Italia: D’Orta e Maggiore.
Eu estava hospedado na casa de um amigo da Susan, minha esposa, em Borgosesia. É uma pequena cidade na região do Piemonte, a cerca de 60 Km de Milão. A região é um imenso vale cercado de montanhas e cortada por rios e riachos. Muito propícia, por exemplo, para os amantes do ciclismo.
Depois de visitar alguns outros vilarejos, como a histórica Varallo e Alagna, uma estação de esqui onde vive uma comunidade formada por italianos e austríacos, ao pé do Monte Rosa, fui conhecer a região dos lagos.
Viagem ao norte da itália, suas ilhas, seus lagos
San Giulio di Orta é uma ilha que, além da água, é cercada por lendas e mistérios. Deve o seu nome a um padre alemão que ali chegou no século IV da era cristã e passou a ser venerado como um santo após libertar a ilha de serpentes, dragões e outros seres, reais ou imaginários, que habitavam o local. Hoje, é o lugar perfeito para quem procura associar férias com boa comida, bom vinho e um bom descanso.
É possível ficar horas à beira do lago com os olhos perdidos no horizonte, sem ser incomodado. Nas suas ruas estreitas espalham-se obras de arte. Aqui e ali você cruza com um ou outro habitante, quase sempre pessoas idosas. Definitivamente, não é o lugar para quem ainda tem a pilha muito carregada e viaja à procura de baladas.
Da tranquilidade de San Giulio di Orta segui para conhecer o maior lago da região, o Maggiore, que é parte italiano e parte suiça. Talvez ali, tenha sido o ponto alto dessa viagem ao norte da Itália. Há diversas vilas às margens do Maggiore, mas foi a partir de Stresa, onde Hemingway costumava buscar refúgio, que o passeio ganhou outra dimensão.
Num barco alugado, fui conhecer 2 das 3 ilhas do lago: Ilha dos Pescadores e Ilha Bella, duas vilas medievais que ainda guardam marcas do tempo em que eram estâncias de férias de famílias nobres e ricas. Quase não se vê os seus moradores, salvo um ou outro gato que rapidamente desaparece entre as suas vielas tão logo alguém se aproxima.
Das margens da Ilha dos Pescadores é possível ver o topo dos Alpes Suiços cortando o horizonte. Horizonte que jamais se apagará da memória de quem tiver o privilégio de fazer esta viagem.