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rosa gauditano
indigenous resistance

Rosa Gauditano é paulistana e fotógrafa há 40 anos.

Logo cedo ela descobriu que a máquina fotográfica seria o meio que ela usaria para se comunicar com o mundo. Ou, com ela mesma afirma em nosso vídeo “passar o meu recado”. Depois dos estudos, Rosa Gauditano deu início a uma bela carreira de fotógrafa jornalística. Os primeiros passos foram dados no Jornal Versus, uma publicação de resistência à ditadura vigente no país. Mas era só o começo.

Rosa Gauditano

Rosa Gauditano

Descubra mais:

A fotografia de Lita Cerqueira em Londres

Rosa Gauditano – fotografia como instrumento político

Depois do primeiro trabalho, onde, através da fotografia se aproximou dos movimentos sociais, Rosa passou por grandes veículos, como Folha de São Paulo e Revista Veja. Depois da Veja, ela, junto com mais dois fotógrafos criaram a Fotograma, uma agência independente. Através da agência, ela criava pautas, fotografava e vendia para as matérias para grandes veículos de comunicação. Mas o grande click que mudou a vida e a visão de Rosa Gauditano aconteceu em uma viagem.

Rosa Gauditano

Mulher Yanomami se pintando, Roraima – Foto: Rosa Gauditano

O Encontro de Altamira

Em 1989, grupos indígenas promoveram o que ficou conhecido como Encontro de Altamira. O objetivo central era protestar e criar um movimento de oposição à construção da Hidroelétrica de Belo Monte. Rosa fui até a pequena cidade do interior do Pará para fotografar o evento. Ali começava uma guinada na sua carreira de fotógrafa: impressionada com a diversidade dos povos indígenas, decidiu que, a partir de então, iria revelar este mundo que o Brasil desconhecia, através da fotografia.

Guarani Kaiowá

Os Guarani Kaiowá – Fotos: Rosa Gauditano

Sao quase 30 anos fotografando os povos indígenas. Um Brasil com 305 povos diferentes. Isso fez com que ela criasse um acervo de valor incalculável. São mais de 200 mil fotos, o que torna Rosa Gauditano detentora do maior arquivo dessa natureza no Brasil. Em especial, ela tem fotografado os povos Xavante e Guarani-Kaiowá.

Guarani-Kaiowá

Menina Guarani-Kaiowá – Foto: Rosa Gauditano

Exposição Indigenous Resistance

O nosso encontro com Rosa aconteceu por conta da Exposição Indigenous Resistance, que ela realizou entre os dias 15 de março e 30 de abril de 2019, no Pau Brasil (89 Mount Pleasant, RG1 2TF), em Reading, interior da Inglaterra. Rosa traz para esta exposição uma pequena amostra que ilustra a importância do trabalho que vem realizando. A ideia central é mostrar para o público a situação atual dos povos indígenas no Brasil.

Diariamente, tem sido noticiada as agressões que eles têm sofrido, estimuladas pela retórica e a política anunciada pelo novo governo. A exposição conta com o apoio da Survival International, maior ONG internacional  que apoia a demarcação das terras indígenas.

crianças indígenas

Meninos Guarani-Kaiowá – Foto: Rosa Gauditano

Em especial, Rosa destaca o sofrimento dos Guarani-Kaiowá que, na visão dela é o povo que mais sofre com a não demarcação de terras onde nasceram seus ancestrais, o que os torna legítimos proprietários das mesmas. Com a expansão do cultivo de culturas transgênicas, os Guarani-Kaiowá ficaram relegados à uma situação degradante: vivem à beira das estradas que cortam suas terras.

meninos da tribo xavante

Crianças Guarani M’Byá, São Paulo – Foto: Rosa Gauditano

Por outro lado, é animador saber que há uma revolução em curso. A partir de programas criados por organizações não-governamentais, crianças indígenas começaram a ter acesso a novas tecnologias. Rapidamente, elas aprenderam a fotografar, filmar, usar o celular e o computador como armas de resistência.

A escola também passou a ser destino de crianças e adolescentes. Muitos jovens estão indo para as universidades. Um movimento que, nos últimos 20 anos tem ajudado os povos indígenas a retomar as rédeas do próprio destino.

Criança da Tribo Carajá da Ilha do Bananal

Criança da Tribo Carajá da Ilha do Bananal – Foto: Rosa Gauditano

Embora os britânicos e europeus sejam os principais alvos da Exposição Indigenous Resistance, o brasileiro tem todos os motivos para prestigiar esse evento. Porque trata-se de um Brasil que, infelizmente, é desconhecido pela maioria dos brasileiros. Frequentemente, olhar o país de origem a partir do exterior revela um mundo que estava tão perto mas que a gente não conseguia enxergar. Com o vídeo acima, a gente espera ampliar o alcance da mensagem que as fotos de Rosa Gauditano transmitem.

 

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