um brasileiro no kilburn film festival
Mais que um brasileiro no Kilburn Film Festival, que acontece em Londres, Paulo Sérgio é o curador dos filmes de curta metragem do evento, neste ano. Tivemos a oportunidade de encontrá-lo para um bate papo em plena Tate Modern, seu lugar preferido em Londres. Paulistano da Vila Madalena e engenheiro elétrico, Paulo está morando há 2 anos na capital inglesa, realizando assim seu antigo sonho de em algum período de sua vida residir no exterior.
Para alcançar seus objetivos, Paulo encarou vários desafios. E o primeiro foi conseguir ser aprovado num disputado concurso interno da filial paulista da BT (British Telecom), de onde era funcionário, para assumir o posto de chefe de um dos times de banda larga em Londres. Paralelo ao seu trabalho, Paulo começou a carreira de curador, ainda no Brasil, pelas mãos do cineasta e antropólogo Celso Prudente, responsável pela curadoria da mostra do cinema negro de São Paulo.
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Paulo Sergio
Após ter residido em várias localidades, Paulo acabou achando o seu lar em Kilburn, um bairro extremamente multicultural, assim como sua Vila Madalena. Para a felicidade do Paulo, é lá que acontece o Kilburn Film Festival. De imediato, Paulo quis fazer parte daquele evento e foi apresentado por amigos locais aos organizadores do festival. Depois de uma conversa inicial, Paulo formatou um projeto para fazer a curadoria de filmes de curta metragem internacionais, tendo como um dos pontos destaque a diversidade de temas abordados nos curtas. O projeto foi aceito e passou a integrar o Kilburn Film Festival com a mostra – International Short Film Night – que já está na sua segunda edição.

Paulo Sergio
Paulo acredita que o cinema de curta não é um resumo, porque esta modalidade consegue contar em poucos minutos uma história com força e emoção e ainda serve como porta de entrada para novos cineastas e para os que ja estão estabelecidos no mercado. Por outro lado, ele cita a democratização dos meios digitais como um fator preponderante para o aumento do número de pessoas trabalhando na indústria cinematográfica brasileira e na qualidade das produções.
Um exemplo que ele destaca é do estudante Fabiano de Souza que conseguiu logo de cara emplacar um curta no festival de Cannes em 2011 com filme muito bonito, inteligente e com um baixo custo. Para Paulo, o brasileiro é criativo em todas as atividades devido as privações financeiras e de material, o que no final, acaba tornando-se uma vantagem.
Todo o esforço e dedicação é válido para Paulo, porque a sua curadoria é uma forma que ele encontrou para doar algo ao Reino Unido, lugar que vem oferecendo a ele oportunidades tanto no campo profissional quanto no pessoal, além da alegria de estar levando arte e cultura a cada vez mais pessoas.