10º utopia
festival do cinema português
Utopia, Festival do Cinema Português, completou, com a edição 2019, 10 anos de existência. Idealizado pela portuguesa Érica Faleiro Rodrigues, sua longevidade mostra o quanto ele ganhou em importância e significado ao longo dos anos.
Desde a sua primeira edição, o Érica Rodrigues conta com a parceria da brasileira Fernanda Franco na organização do festival. Em nosso vídeo, elas contam um pouco da história desse encontro, falam sobre a programação e os convidados especiais da edição 2019 do Utopia, realizada entre os dias 30 de novembro e 9 de dezembro, em Londres e Edimburgo.

Érica Faleiro Rodrigues e Fernanda Franco
Utopia – temas atuais e relevantes
Na abertura do Utopia, que aconteceu no sábado, na Birkbeck, University of London, foi exibido o filme The Dead and the Others, dirigido pelo português João Salaviza e a brasileira Renée Nader Messora. Trata-se de uma produção premiada no Festival de Cannes que aborda um tema muito atual: a Amazônia e a cultura dos povos indígenas. Em seguida, foi realizada uma sessão de perguntas e respostas com Sue e Patrick Cunningham, autores do livro Spirit of Amazon.

Frame do filme The Dead and the Others
O filme de abertura diz muito dos objetivos do Utopia como Festival do Cinema Português: promover a produção de trabalhos audiovisuais em língua portuguesa, mas também gerar debates em torno de temas relevantes. Há também, como ressalta Érica, a preocupação em abrir espaço para produções dirigidas por mulheres. Nesta décima edição, participaram trabalhos de Raquel Shefer, Solveig Nordlund, além da já citada Renée Nader Messora.

Érica Rodrigues e o Diretor Pedro Neves
Interação com quem faz cinema
A presença de diretores sempre enriquece qualquer festival e não foi diferente com o Utopia em sua décima edição. Depois da exibição de Tarrafal, na Royal Academy of Art, o público teve a oportunidade de conversar com o diretor Pedro Neves. Tarrafal é um documentário que convida a refletir sobre como as ações políticas podem ter um forte impacto na vida individual das pessoas.

Diretor Julião Sarmento, ao centro.
Outro diretor presente em uma das sessões do 10º Utopia foi o consagrado artista português Julião Sarmento. O trabalho cinematográfico realizado por ele logo depois da Revolução de 1975, em Portugal, é essencial para o debate sobre sexualidade e democracia.
A discussão sobre sexualidade em torno da Revolução de 1975 também esteve presente com a exibição do filme de José Felipe Costa, The Case of J., que ousa abordar um tema ainda considerado tabu. Também relevante foi a exibição do filme Granny (Muidumbe), de Raquel Schefer, que volta o olhar para as memórias censuradas do período colonialista.

Frame do Documentário Tarrafal
Para finalizar, não podemos esquecer que a décima edição do Utopia teve um diz escocês, onde foram exibidos os filmes Low-Flying Aircraft e Journey to Orion, da cineasta Solveig Nordlund e que, o último dia do festival foi reservado para exibição de um curta para uma platéia de adolescentes, em uma escola londrina.